Wesley Correia nasceu em Cruz das Almas – Bahia, é poeta, ficcionista, ensaísta e professor. Graduou-se em Letras Vernáculas pela Universidade Estadual de Feira de Santana – UEFS (2002), onde também cursou Mestrado em Literatura e Diversidade Cultural (2005). É doutor em Estudos Étnicos e Africanos pela Universidade Federal da Bahia – UFBA (2015), tendo realizado Doutorado Sandwich na Universidade de Lisboa – UL (2014).
Foi professor de Literatura Brasileira na Universidade do Estado da Bahia – UNEB e representou o Brasil, ao lado de outros poetas, no XI Festival Latino-americano (Colômbia, 2007). Em 2009, integrou a coletânea Carlos Drummond de Andrade, produzida pela Fundação SESC, com o poema “Estudo sobre café”. Participou como convidado das edições de 2017 e 2018 da FLICA – Feira Literária Internacional de Cachoeira e da FLIPELÔ – Feira Literária Internacional do Pelourinho.
Atualmente, é professor do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Bahia – IFBA, onde coordena o Curso de Pós-graduação em Estudos Étnicos e Raciais: Identidades e representação – CPgEER. E colabora com o blog O Coletivo.
Como poeta e ficcionista, tem participado de antologias publicadas no país. Seus poemas estão traduzidos para inglês, espanhol e romeno. No campo do ensaio, participa com trabalhos de crítica literária e cultural em revistas especializadas.
Em seus poemas o autor suscita diferentes emoções em seu leitor ao trazer a ancestralidade e a espiritualidade, como em seu livro Deus é negro, de 2013.
O autor também aborda sua vivência como poeta, as subjetividades de cada escritor, além de defender a existência de um mundo com menos desigualdade.
Em entrevista ao Mídia 4p, Wesley Correia expõe as razões e motivos que impulsionam sua escrita em consonância com sua condição, seu existir, de homem negro numa contemporaneidade que ainda hoje sofre as consequências do passado de escravização vigente desde a colônia até o império:
Evidente que tal dimensão não me escapa, posto que meus poemas têm uma certa intenção de desestabilizar pensamentos mais conservadores a partir da proposição de um olhar que respeite as diferentes maneiras de ser e estar no mundo. Meus versos podem ser amorosos, existencialistas, contemplativos e, com efeito, serão sempre versos escritos por um homem negro, em cuja vida operou-se uma mobilidade socioeconômica, que lhe deu acesso a determinados espaços de prestígio, mas que tem consciência de que essa não é a expectativa para a grande maioria dos homens negros brasileiros para quem restam o subemprego, a fetichização dos seus corpos, a humilhação e a violência de toda espécie.
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